P de Paz

[brazbranco]

P DE PAZ

Inaugurando esse novo tópico, transcrevo aqui um comentário que dirigi ao amigo L S para refletirmos sobre Violência e Paz.

Resposta a um Amigo


Ao Amigo Lincoln Sobral,

Fiquei, deveras, lisonjeado pelo seu comentário sobre minhas colocações e a respeito de meu poema. Veja que escrvi a palavra Amigo com a primeira letra maiúscula. Isso reflete o respeito e consideração com os quais, a partir de agora, trata-lo-ei, em respeito a sua manifestação sobre mim.

Confesso que escrevo pouco para as minhas aspirações, posto que, por força do meu trabalho em tempo integral, me sobra muito pouco tempo para tal empreendimento, considerando também que não sou profissional das letras, apenas uma pessoa que escreve o que vê deixando o coração falar através dos seus dedos no teclado.

Acessei - e recomendo - seu blog ( http://www.humanismus.blogspot.com/ ) onde me senti em casa. Seus posts, comentários e vídeos são sensacionais, porém um vídeo me marcou muito, já que discutimos e gostamos muito do tema "Violência e Paz". Foi "Reunião dos Bispos da Igreja Universal".

O pastor, bispo ou sei-lá-o-que eles se denominam ( não vou citar o nome ) usa, não sei se proposital, uma alusão às palavra de Jesus Cristo quando se dirigiu aos seguidores de Herodes afirmando que destruiria o templo e o edificaria em três dias. Usando o argumento dos três dias ele incita seus assistentes a efetuarem um coleta absurdamente irreal para os dias que se seguem, "divinamente" embasada na tríade demônio, fé e salvação. Na verdade as palavras mais aplicáveis para tamanha violência seriam, necessáriamente nessa ordem, atemorizção, submissão e dinheiro.

Talvez você não esteja me entendendo, mas esse tipo de falcatrua nada mais é do que um irretorquível ato explícito de violência. Violência contra as pessoas de bem, que acreditaram, ou não, nos argumentos falaciosos e capciosos desse homem que se diz representante de Deus na sua igreja, já que o mesmo afirmou que os pregaria enfaticamente junto aos seus "fiéis" incutindo em suas cabeças lavadas a necessidade da doação expontânea de todo o dinheiro que possuem em detrimento da perda por uma propensa crise que ele afirma veementemente assolar o país.

Ora, só seremos taxados como violentos quando matarmos friamente nosso semelhante?

Só seremos agressivos quando abusarmos incondicionalmente dos direitos de uma criança ou adolescente?

Só seremos brutais quando violentarmos, em todos os sentidos, a dignidade e direitos de uma muher?

Só seremos bestas quando cortarmos de um mendigo seu cordão umbelical com a sociedade ao ignorá-lo?

É evidente que não. Existem muitos outras tipificações de violência expressas e inseridas em contextos estremamente dissimulado por ações ou pessoas pretensamente intocáveis, acobertadas por cargos, posisões sociais ou status de riqueza e abastança.

O que dizer da violência estigmatizada pelo colarinho branco? Essa segue na contra-mão dos propósitos de Robin Wood. São confiscados da esmagadora maioria pobre para subsidiar riqueza da minoria abastada, causando desigualdade social extrema.

E a violência da destruição da flora e fauna com conotação ecológica, em nome do progresso incontrolável?

E a violência da exploração monetária e econômica, em detrimento de um povo que só quer sobreviver em sua integridade?

E a violência dos conflitos mundiais deflagrados abrupta e iresponsávelmente por líderes religiosos em nome de Deus?

E a violência das armas nucleares concebidas para aprovisionar belicamente nações que juram "lutar em nome da paz"?

E o que dizer da violencia cometida por inescrupulosos "religiosos" que se aproveitam da humildade e falta de cultura da maioria de seus seguidores para praticar lavagem cerebral nesse incautos devotos, sugando tudo o que pudem desses pobres enganados, com a promessa de uma existência mais abastada, um pedaço do céu, a felicidade eterna ou até mesmo o encontro com Jesus, como se nós todos não morressemos para encontrá-lo.

São provocadas cenas de cura, exorcismo, que é o que mais provoca a reação dos fiéis e é aí que os líderes se sproveitam "expulsando" o demônio em quase todas as sessões de cura, montadas num abiente teatral de convecimento, pois é aí que se fazem seus créditos mais vantajosos. Em meio a uma gritaria alucinante e psicótica, os líderes aproveitam esse momento de êxtase para falar de doação$$$$. E os fiéis doam$$$, entregam$$$, pagam$$$.

Depois, a glória: Eles contam seu dinheiro, satirizam seus pedintes, "agradecem" ironicamente seus contribuintes e esquecem que eles são representantes do Homem das sandália de pescador. Que esse Homem não pregava por dinheiro, mas por amor. Que esse Homem deixou-se martirizar e pregar na cruz por apenas um ideal, um ideal que eles esquecem e cospem em cima quando idolatram seu dinheiro em detrimento de seus seguidores Esse ideal é o mais puro e mais sublime legado pesenteado por ele ao homem... a FÈ.

OBS: Desculpe se me empolguei, mas se alguém tem alguma dúvida sobre o que explanei acima, então visite o blog http://www.humanismus.blogspot.com/ ou o site http://www.scribd.com/doc/34243545/Cart ... cia-CEH-RJ. Assistam o vídeo e leaim a Carta Para Um Mundo Sem Violência.

Segue, para seu deleite, os versos de uma música de minha autoria, bem a propósito do tema abordado:

Nome: ENTREATO Autor: Braz Branco



Se não existir pecado ao sul ou ao norte do Equador

É que na miséria e na fome o mau se banalizou

Manchas de óleo, o rio pro mar

Do capitalismo, o homem-vão

O sol só encobre os conflitos que na história vivos são

Cara, não tenho certeza

Te vi sobre a mesa, num livro que fala de amor (Bíblia)

E de coisas boas

Cara, e bem a teu lado, um jornal amarelado

Que fala de um homem e um rito (Hitler)

Que matava pessoas

Mais de dois mil anos vão

Imagine o mundo sem você

O entreato dos três "ais" é o que ficou pra ver

Encara esse luta e ensina de novo

Não entra na deles de "força da Paz"

Converte esses tolos e tão "poderosos"

Que querem ser mais que Deus